quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Rebobinar.


Me falta tempo e as vezes alguma vontade mas não vinha ao caso hoje. Alias, não vinha ao caso a semana inteira, desde que o mês começou, desde antes do ano acabar. Eu precisava escrever e desabafar, só não sabia como.
A questão é cansaço. De que? Tudo. Exageradamente TUDO.
Cansaço de ser usada pelas pessoas, mal reconhecida, mal amada, mal comida, mal compreendida, mal de tudo. Cansaço das pessoas, que abusam e usam da minha boa vontade, do meu amor, do meu carinho, da minha amizade.

E eu? Que só queria ser feliz? Eu só tentei ajudar. Só me doei pra todo mundo.
Eu tentei! Eu estava tentando até hoje, quando recebi um pé na bunda e um some da minha vida exculaxado que me deprimiu e me doeu e me deu um nó no estomago. Eu tive vontade de chorar, eu me segurei, eu foquei no trabalho, no trabalho, no estudo, no amigo, na conversa, no video, na risada, na morte da bezerra, no latido do cachorro do vizinho do prédio ao lado. Eu subi e desci e todos os nossos momentos se passaram pela minha cabeça como se fosse um filme, como se fosse uma morte e era. Era porque naquele momento você morria pra mim.
VOCÊ MORRIA. Morria, morria, morria, morria e eu me espremia, me agarrava, me segurava porque o tempo passa e passa e passa e passou, quatro meses juntos foram para o lixo enfiados em sacos e todo o amor decepado, enterrado, comido e agora vomitado.
Eu tentei, o tempo me tentava mas eu tentei, o cerebro tentava mas eu tentei, e tentei e eu lutei mesmo de longe eu desejei e fiz o que pude fazer no momento que teve que ser feito e você sumiu. Não colaborou você largou tudo que tinha conseguido. Você desligou, não mandou mais as mensagens nem fez os telefonemas e despareceu e eu perguntei e você respondeu e você perguntou e eu disse que tava com preguiça porque eu tava mas também não sabia o que te falar. Se eu pudesse eu rabobinava tudo e tentava não me entregar, não te conhecer, não conversar. E eu tive medo. O tempo todo eu tive medo, medo, medo, medo de perder porque no fundo eu sabia que ia acabar perdendo e eu perdi. Na verdade eu não perdi, eu nunca tive. Nós nunca nos tivemos inteiros eu sempre fui incompleta e eu sempre vou ser assim por que o me completa esta completamente longe de mim.