quarta-feira, 14 de abril de 2010

Conto de fadas.


Sabe tudo aquilo que a gente passou durante todos esses anos? Aquilo, era real?

Quão real aquilo era?

Tenho acordado louca de vontade de conversar. Falar sobre o que passou, sobre como anda a vida, sobre o amor mal resolvido e sobre o que restou dele, mas mantenho uma preguiça consistente, uma saudade doída que me impede de te ver. Não estou pronta, não estou pronta, não estou pronta, eis a frase que não sai da minha cabeça ao lembrar de você... Já não choro mais, tenho ocupado a mente com outras coisas, com outras pessoas e avaliado bem quem se importa ou não comigo. Escuto abusivamente músicas das quais me lembram você, deve ser para constatar que você não esta mais tão ligado a mim, nem eu tão ligada a você. Não me lembro mais de você ao passar por aquela rua, mas gosto de ficar puxando nossos momentos da memória, puro masoquismo sentimental. Gosto de montar cenas nossas imaginando que poderia ser diferente, e o que poderia ter acontecido, se não tivesse de fato, acontecido.

Tudo sempre foi surreal de mais, superficial de mais, não nos entregamos, não aproveitamos, nos enganamos, nos iludimos, jogamos tudo para o alto, perdemos nosso tempo, perdemos nossa vida e aqui estamos, eu aqui, tu ai, nada a declarar e essa estória acaba assim, sem final feliz, sem final triste, sem final por que isso não é um conto de fadas e conto de fadas tem sempre um final ridículo, sem restar pendência alguma e a nossa estória é ridiculamente linda e resta uma pendência da qual não podemos nos livrar? E agora, meu bem, o que vamos fazer?