segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A menina e o poema.


Hoje lendo uns poemas me lembrei de algumas fases da vida, coisas que me fizeram pensar e sentir saudades.

Lembrei-me da menina boba que achava que dirigia o carro do pai com 3 anos de idade, da corrida de bicicleta pela casa e do medo que minha mãe sentiu de eu cair da escada e me detonar inteira, de enfiar as mãos no vidro da porta, de brincar com a vizinha da frente, de cair no chão brincando de paga pega e ralar o rosto todo, de ganhar brinquedos, de jogar bola na rua... Lembrei da menina que queria ser diferente, que pintava o cabelo de colorido, que sonhava com um amor de filme, que não tinha medo dos sentimentos e que achava que a vida era mais fácil. Lembrei da menina que sofreu por amor, que brigou com as melhores amigas, que deixou tantas coisas para trás, que em algum dia só se importou com o seu cigarro, com a sua bebida e com o ser estranho que habitava seu coração.

Não me orgulho de muitas coisas das quais fiz até hoje, mas me sinto extremante satisfeita por hoje eu ser o que eu sou e por cada dia que passa eu perceber que sou mais forte e mais resistente do que eu imaginava. Olhando da infância em diante, pude perceber o quanto eu mudei, o quanto eu fechei o meu mundo e o quanto eu quero deixá-lo fechado. Sofrimentos nos deixam assim... Eu calejei, quando se bate muito em uma tecla a gente se acostuma com o som... Já bati em teclas de mais, já bateram em teclas de mais e meu teclado desgastou, calejou, hoje não o sinto mais... Pensando bem, eu sinto. Uma vontade absurda de cometer minhas próprias loucuras, de fazê-las sem pensar nas consequências, por que com esse mundo eu já me acostumei e não me importo mais.