Foram longos os dias de amizade e cumplicidade. A companhia era agradável embora eu me irritasse um pouco às vezes.Falávamos besteiras e os passeios eram sempre sérios ou com algum propósito. Até que era uma época boa.
Algumas tardes eram passadas com a Deise, uma pessoa que mesmo depois de tanto tempo ainda me entende perfeitamente bem. Logo pela manhã já tínhamos planos de no encontrar no ônibus, mesmo isso nunca acontecendo.
Como eu citei acima, você era uma boa companhia, o que me irritava era a quantidade de coisas repetidas faladas ao longo do dia, a mania de proteção e de ter medo de tudo, a mania de rir das coisas a toda hora e a mania de sempre desconfiar de mim... Mas eu aturava essas coisas, mesmo as vezes eu torcendo para o ônibus chegar em casa o mais rápido possível para você descer e me deixar quieta. Ah, eu também não gostava quando você me perguntava quinhentas vezes de alguma coisa e quando eu confirmava você falava “será?!” franzindo o nariz com aquela baita cara de duvida.
Assim eu ia levando os dias e você ia me seguindo, almoçamos juntas varias vezes, zuamos, rimos de muitas besteiras, comemos besteiras e até mudamos de sala para estudar e por causa de algumas pessoas. Então você preferiu não acreditar no que eu falava, quis debater comigo coisas erradas que você não sabia, quis achar que sabia o que eu pensava e ainda falou de mim para alguém de certa importância, e que me conhecia melhor que você. A partir daí, resolvi mudar de sala novamente, lá eu ficaria melhor.
Devo lhe agradecer, com isso conheci pessoas maravilhosas, passei dias perfeitos e ri de coisas legais.
Algumas das coisas que você me falava acontecerem, não vêm ao caso contar, foram duas semanas lindas e três meses de surpresas inesperadas. Conheci alguém que eu não imaginava se quer conversar por mais de 10 minutos, gostei muito. É uma pessoa que me entende melhor que ninguém, basta apenas um simples olhar. Outra que me apeguei bastante é uma que entende muito de filmes, desenha muito bem e se importa mais comigo do que eu imaginava.
Em compensação, quando eu me lembrava de você ou quando alguém me perguntava como acabaria eu dizia não me importar, e realmente eu não me importava. Para mim, o que você havia feito não tinha perdão, e eu jamais voltaria a falar com você novamente...
...E assim foi. Até um dia você me chamar no MSN, para conversar. Te tratei bem [eu acho], nem se quer tentei tocar no assunto do tal acontecimento. Logo você veio me contar sobre seus segredos novamente e disse que se sentia mal por não falar comigo, na hora a única coisa que eu pensei foi que eu não tava nem ai, eu não sou do tipo que se importa com essas coisas, você disse que não se sentia bem e que assim poderia dormir melhor...
Agora conversamos, às vezes... Para mim tudo passou e te trato apenas como uma conhecida ou uma simples colega de escola.
